Luciano Pimentel
Que perda irreparável, ainda estou tentando compreender se é permitido perdermos companheiros de luta como o Jair Gaiardo, na nossa roda bem íntima, Jaja. A lei do tempo não deveria valer para muitos, em especial à camaradas tão virtuosos. A roda temporal deveria ser mais lentas a pessoas como Jair. Espirituoso, positivo quanto a redenção da classe trabalhadora, pai carinhoso, marido presente, camarada insubstituível.
O início dos anos 1990 foi duro para a classe trabalhadora, a era da onda neoliberal no Brasil nos tirava direitos e os sonhos por uma sociedade mais justa. E o Jair era responsável pelo informativo diário do Sindicato dos Bancários, chamado de “Curtas e Novas”, algo novo no sindicalismo de luta, propor informação diária e de qualidade para os trabalhadores bancários.
Chegava cedo a entidade, preparava um chimarrão bem comprido, fazia uma primeira leitura nos jornais impressos, elaborava a ideia do panfleto, discutia com os demais companheiros, e aprovado, dedicava a manhã a ‘diagramar’ o material, que logo seria distribuído na categoria.
Uma camarada que estava presente nas lutas, com uma fala importante, lucidez em seus atos, um exemplo. Sempre foi radical na luta contra as desigualdades, irredutível em seus princípios socialistas, digno de um marxista-leninista-trotskysta. Doce com todos, inclusive adversários políticos, e dono de uma impressionante paciência.
Que momentos ímpares passamos juntos, camarada. Um militante completo, de olho na conjuntura, preocupado com o meio ambiente, quando isso não era moda. Jair jamais desistiu. Sempre olhou para frente. Um socialista de verdade, um revolucionário autêntico. Lutou até dizer adeus.
Que ano maldito que nos privou de vários encontros, muitos bate-papos, intensos e cordiais debates. Que esse dia seja lembrado como o dia do Jair. Valeu camarada. Seguimos lutando pela revolução socialista. Por ti seguiremos em frente.
Camarada Jair. Presente!
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